Vamos falar sobre o Cristianismo primitivo. Vamos recorrer a palavra de DEUS e também a alguns testemunhos históricos de como era organizada as primeiras igrejas de DEUS no tempo dos apóstolos. A palavra de DEUS diz em:
JUDAS 1:4:
4. Amados irmãos vos exorto a batalhar pela fé, que uma vez foi deixada aos santos.
E nós estamos aqui buscando essas origens, essa raiz. Nós sabemos que hoje o chamado Cristianismo, as igrejas evangélicas estão muito longe do verdadeiro Cristianismo que foi deixado pelos apóstolos. Atualmente, existe muita distorção e interesse usando o evangelho como meio de ganho, como meio de poder e controle sobre as pessoas. E não foi essa prática, não foi essa a herança que os amados apóstolos de nosso SENHOR JESUS CRISTO (que hoje dormem no SENHOR), deixaram para nós.
Precisamos resgatar através das escrituras, através da prática, através também dos testemunhos históricos que encontramos, o verdadeiro Cristianismo em nossas vidas, para que possamos andar dignamente de acordo com a vontade do evangelho de nosso SENHOR JESUS CRISTO, sem nenhum fermento. JESUS mesmo dizia para que “os discípulos tomassem muito cuidado e guardarem-se do fermento dos fariseus que é a hipocrisia”. Hoje o que mais existe é hipocrisia, manipulação, o uso do evangelho de forma distorcida, o afastamento da sã doutrina. “Um pouco de fermento” diz a palavra de Deus, “leveda toda a massa”. Mas os que são de CRISTO, ouvem a voz de CRISTO. JESUS disse que “as minhas ovelhas ouvem a minha voz, não atendem a voz de estranhos”. Que nós venhamos a estar com os nossos ouvidos sintonizados para ouvir, a perfeita voz de nosso SENHOR.
Temos aqui um testemunho histórico de algumas coisas que falam do primeiro Cristianismo, o Cristianismo dos nossos irmãos do primeiro e segundo século. Esse Cristianismo foi destruído, depois do quarto século por Constantino, quando ele estatizou e profissionalizou o clero. Diz no capítulo 13 do livro a “Igreja primitiva x Igreja atual” fala assim:
“Como o cristianismo primitivo foi destruído por Constantino. O cristianismo era como um tesouro precioso, que os apóstolos encomendaram a outros homens em alta confiança, cheios do ESPÍRITO SANTO. A santa igreja, a primeira igreja salvaguardou esse tesouro precioso dentro de uma fortaleza inexpugnável, fortificado depois por quatro muros altos”.
Quais eram esses muros altos que seguravam e mantinha a verdadeira doutrina? (O primeiro era) nenhuma revelação nova ou doutrina nova. Segundo muro: a separação do mundo, quer dizer, a igreja não ser mundanizada. O recorrer às igrejas apostólicas, a prática de correr com qualquer questionamento aos anciões das igrejas (onde tinham ensinado os apóstolos), seguravam a igreja a tradição apostólica e a independência de cada congregação. Se surgia uma doutrina falsa, era difícil se disseminar por toda a igreja porque cada congregação se administrava independentemente das demais. Existia autonomia plena em cada igreja, para que cada igreja se preservasse da apostasia geral.
Uma igreja centralizada – que tem um quartel general ou que tem uma espécie de sínodo que comanda as igrejas com poder executivo sobre as igrejas – quando esse poder executivo se apostata (ou algum dos seus líderes se apostatam), essa apostasia se espalha para todas as igrejas, esse fermento se espalha para todas as igrejas. E no tempo da igreja primitiva isso não ocorria, porque se surgisse o fermento numa determinada igreja local, aquele fermento nascia e morria ali mesmo naquela igreja local, não passava para as outras, não contaminava as outras igrejas. Assim que era praticado no primeiro e segundo século, o Cristianismo primitivo.
Enquanto esses quatro muros ficavam intactos, o Cristianismo puro dos apóstolos ficava seguro de grandes contaminações. Com o percorrer dos anos, esses muros teriam sido destruídos pelos próprios cristãos, que vieram após a morte dos apóstolos. Nunca saberemos porque se derrubaram com grandes golpes primeiro. Não digo que derrubaram os muros sobre golpes da perseguição. Pelo contrário, durante os trezentos anos da perseguição, a igreja primitiva a cada golpe que recebia, se fortalecia da perseguição. Esses muros altos que protegiam a igreja apostólica, não se rendiam mesmo diante das mais cruéis perseguições. A verdade é que o fogo da perseguição refinava a igreja apostólica, separando a escória do ouro espiritual.
Parece que depois de três séculos – Satanás, o inimigo – se deu conta de que, não podia destruir a igreja apostólica ou primitiva com a perseguição. Então, ele mudou de tática dentro de poucos decênios. O que ele não conseguiu fazer em 300 anos, após mudar de tática, ele conseguiu em algumas décadas. Agora, ao invés de dar golpes brutais, Satanás usava a persuasão, lisonjeando para destruir o Cristianismo dentro de seus próprios muros.
Isso é semelhante a uma Fábula do Livro Esopo:
“Um dia o Sol e o Vento discutiam sobre qual deles era o mais forte. Quando nenhum dos dois se rendeu, depois de muita discussão, o Sol propôs uma prova: o que ganhasse a prova seria o mais forte. Vendo um homem com um casaco de lã, que caminhava sobre o caminho do campo, o Sol propôs que cada um deles trataria de fazer que o caminhante tirasse o casaco, o Vento esteve de acordo. O Sol convidou o Vento a ser o primeiro, enquanto o Sol se retirou para trás de uma nuvem. O vento desencadeou toda a sua força contra o caminhante, com tanto impulso, que quase lhe derrubou, mas o caminhante inclinando-se contra a força do Vento, lutava por seguir seu caminho. Ainda que o Vento soprava com mais e mais força, o caminhante conseguiu manter-se em pé e só estreitou o seu casaco contra o seu peito. Ao fim ofegando e fatigado o Vento se rendeu. Depois o Sol saiu de trás da nuvem, internamente esquentou o caminhante com seus raios delicados, dentro de poucos minutos o caminhante tirou o casaco”.
Desse mesmo jeito Satanás tratou de vencer o Cristianismo puro. Quando satanás mudou a tática para o adorno, a honra, obséquios, lisonjas, etc a igreja primitiva rendeu-se e perdeu a sua pureza. Uma mudança de ênfase da vida piedosa à doutrina.
Como falamos anteriormente do segundo ao terceiro século havia muito pouca mudança nas crenças fundamentais da igreja. No entanto, algo ia mudando. Pela metade do terceiro século, a igreja tinha perdido aquela pureza, aquela vitalidade espiritual. Muitos cristãos começavam a adotar modas mundanas, enredavam cada vez mais na busca das riquezas e mais cristãos negavam o SENHOR, quando se defrontavam com a perseguição. Enquanto a igreja primitiva perdia aos poucos a sua vitalidade espiritual, reforçava mais e mais sua estrutura eclesiástica.
Por exemplo, mais e mais ênfase se dava a autoridade dos bispos. E não é só isso, o bispo de Roma começa a afirmar que ele tinha autoridade sobre as demais igrejas. Percebemos aqui o nicolaísmo, que é uma disputa de poder, onde se coloca na mão do presbítero muita autoridade. Começa assim a surgir hierarquia dentro do próprio presbitério. Os próprios livros de história estão falando sobre isso.
Diz-se que o patriotismo é o último refúgio dos que não tem vergonha. Quando falamos do Cristianismo, a teologia é o último refúgio da igreja débil. A teologia não exige nada de fé, nada de amor, nada de sacrifício. O cristão que carece de uma fé verdadeira em relação ao que é vital com DEUS, pode afirmar que crê em uma lista de doutrinas. Enquanto a igreja primitiva ia perdendo vigor, dava-se mais e mais ênfase a doutrina e aos credos (como nós chamamos).
No final do terceiro século, depois de bastante tempo sem perseguição, começaram a surgir a cada ano mais disputas sobre pontos doutrinários entre as diferentes igrejas. O historiador da igreja Eusébio (contemporâneo dessa época), descreveu a situação triste em que se encontrava a igreja. Por causa da grande liberdade outorgada pelo governo, caímos na preguiça, tivemos inveja, falamos mal um do outro, quase como se tomássemos armas uns contra os outros. Os anciãos atacavam a outros anciãos com suas palavras como se fosse lanças. E o povo se dividia em diferentes bandos. Começou a divisão por causa de disputa de poder. Como resultado, a igreja não estava preparada espiritualmente para a grande onda de perseguição que estourou contra ela, no princípio do quarto século. Esta perseguição (ainda que severa) não durou muito. Foi a perseguição de Deocleciano que durou 10 anos – de 303 à 313 d.C.
As primeiras décadas do século quatro, trouxeram grandes mudanças à igreja. Essas mudanças ameaçavam a vida da igreja, muito mais do que a perseguição jamais tinha ameaçado. Como Constantino tratou de cristianizar o império? Desde o tempo do imperador Nero, no primeiro século não havia nenhuma dinastia permanente de imperadores romanos. Às vezes, um imperador reinava um tempo e depois era derrotado por outro.
No ano 306 d.C. da era cristã, quatro rivais compartilharam a autoridade imperial de Roma. Severo reinava sobre Itália e África do Norte; Constantino reinava na Bretanha e Gaia; e dois outros compartilhavam o Império Oriental. Quando Severo foi destronado por um outro rival chamado Magencio, Constantino se declarou imperador legítimo do Império Ocidental. Constantino era um líder bastante hábil, um homem de
decisão e ação, capaz de tanto de inspirar o povo como também de organizá-lo. Pouco depois de declarar-se o único imperador legítimo do Ocidente, começou a cruzar os Alpes para saltar à Roma e destronar Magêncio. Depois de ganhar uma série de vitórias, Constantino começou a última fase da marcha à Roma no ano 312 d.C.
Enquanto se cercava de Roma, Constantino teve uma experiência que ia ter um impacto profundo na história do Cristianismo do mundo inteiro. Eusébio de Cesaréia, historiador eclesiástico, alguns anos depois escreveu que Constantino relatou sua experiência aquele dia:
“passado meio-dia, quando o dia começava a declinar, viu os seus olhos, o sinal da cruz na luz do céu, acima do solo, no qual estava escrito: por este sinal vencerás.”
Constantino disse que depois (deste sinal) teve um sonho em que CRISTO lhe disse que fizesse um estandarte militar na forma de cruz. Esse estandarte lhe blindaria dando-lhe proteção em todas as batalhas contra seus inimigos. Foi nesse momento que começou o tal do sinal da cruz e a trindade.
Guiado por essas experiências, Constantino ordenou que lhe fizesse um estandarte especial com: uma lança dourada vertical, cruzada com uma barra horizontal, para formar uma coroa de ouro enfeitada com jóias. Esta estava colocado em cima da barra transversal e embaixo estava escrito as iniciais de “JESUS CRISTO”. Levando esse estandarte à batalha, os exércitos de Constantino venceram completamente os exércitos de Magêncio, perto da ponte de Mílvia a 3Km fora da cidade de Roma. Desta forma, quando Constantino se fez o único imperador do Império Ocidental, atribuiu sua vitória ao DEUS dos cristãos.
Foi neste momento que começou a interferência de Constantino dentro das igrejas de DEUS. A relação de Constantino desde esse momento com a igreja, só se pode entender se entendermos a relação que os imperadores romanos sempre tiveram com a religião de seus súditos. Os romanos sempre eram muito religiosos, atribuindo seu sucesso e prosperidade aos deuses que os abençoavam. A religião do Império Romano era um assunto público e sempre se entrelaçava com o Estado. Orações, sacrifícios se faziam aos deuses.
Nas festas do povo, a adoração aos deuses nesta ocasião eram consideradas obrigação de todo patriota. Ofender um deus era delito contra o próprio Estado. Constantino, na verdade, fez uma mixagem do que já era praticado dentro do romanismo para dentro da igreja. Constantino creu de verdade que o DEUS dos cristãos lhe havia dado a vitória. E que esse mesmo DEUS protegeria sempre o Império, com a condição que os imperadores lhe adorassem e a igreja lhe fosse fiel. Por essa razão, Constantino começou a dar bênçãos à igreja e a seus líderes.
Constantino não era batizado e começou a ser o líder da própria igreja. Unindo-se com o imperador do Oriente, promulgou o edito de Milão em 313 d.C. Esse edito afirmou:
“resolvemos outorgar tanto aos cristãos e a todos os homens à liberdade, de seguir a religião de sua consciência para que todas aquelas deidades celestiais que existissem possam inclinar-se a nosso favor, e ao favor de todos aqueles que vivem sob o nosso governo”.
Constantino por decreto, declarou o Cristianismo como religião oficial do Estado. Percebemos que Constantino fez do Cristianismo a única religião oficial do Império Romano. Singelamente, reconheceu que a religião cristã era uma religião legítima, igual as demais religiões pagãs do Império. Contudo, o Cristianismo agora era a religião do próprio imperador. Por isso, govaza de mais prestígio do que as religiões pagãs.
Muitos templos da igreja do primeiro século, haviam sido destruídos na perseguição, antes que acendesse Constantino ao trono. Por isso, Constantino ordenou que se voltasse a reconstruir pagando os gastos através do próprio cofre público. Também começou a pagar os anciões da igreja um salário, com dinheiro estatal. Esses anciões começaram a ter uma dependência de salário, de dinheiro do Império Romano. Neste momento, começou realmente a decadência.
Constantino fez leis que eximiram os líderes da igreja de qualquer serviço obrigatório para com o Estado, além da isenção de impostos também. Constantino fez isso porque queria que os bispos e diáconos dedicassem seu tempo e energia às suas congregações. (Ele) cria uma igreja próspera e assegura a benção de DEUS sobre o Império. Constantino também levantou os cristãos a posições proeminentes no seu governo. Escolheu muitos de seus ministros de Estado entre os cristãos. Até pediu que os bispos cristãos acompanhassem seus exércitos nas batalhas, para que tivessem a benção de DEUS.
Foi neste momento que começou a derrubar os muros de proteção da doutrina dos bons costumes apostólicos. Esses bispos começaram a se vender, recebendo salário do Estado, tendo honrarias, isenção de impostos e começaram a ficar famosos. Neste momento entrou a vaidade, o orgulho. A igreja se dividiu, o Cristianismo perdeu a sua pureza e apostatou-se. Nesse período começa a derrubada dos muros de proteção.
Há uma fase da história que começa em 313 d.C, quando Constantino assume o poder sobre a igreja, conhecido por “Cesaropapismo.” Constantino se declara como uma espécie de Moisés da igreja. Isso está nas páginas da história de um livro chamado “História do Cristianismo” volume 1, da Editora Vozes. Cesaropapismo era exatamente isso: uma autoridade, alguém de prestígio, poderoso, rico, que começava a ter influência e se declarava uma espécie de Moisés da igreja.
Hoje quantos tem se declarado Moisés da igreja? Querem se declarar líderes máximos da igreja, se achando até com a prerrogativa de comandar a igreja como um capitão no leme. Mas isso não cabe a nenhum homem do presbitério, senão ao SENHOR JESUS, que é o nosso capitão e que está com a mão no leme. JESUS é o nosso Moisés e a doutrina da bíblia, e nós somos todos irmãos. Desta forma, quando começa essa disputa de poder, essa hierarquização do ministério, é que se começa a derrubar as barreiras de proteção do verdadeiro evangelho. Antes disso (Cesaropapismo), qualquer doutrina ou prática nova era recusada de imediato pelos líderes da igreja. No entanto, depois da conversão falsa de Constantino, a igreja começou a examinar de novo sua atitude.
Ele condenava qualquer mudança, como uma introdução ao erro. Por causa de Constantino, aquilo que era heresia, começa a ser aceito como não mais heresia. Este é o caso da trindade. A trindade até o terceiro e quarto século foi considerada como uma doutrina herética. Mas com Constantino subindo ao poder, de doutrina herética a trindade passou a ser a doutrina “ortodoxa” no meio deles, ou seja, como se fosse a doutrina verdadeira. A igreja primitiva sempre tinha como prática herege, pagar um salário a bispos e anciões. Isso era considerado um sacrilégio, uma heresia. Mas, quando Constantino ofereceu pagar salário, as igrejas reconsiderando sua posição, aceitaram a oferta de Constantino.
A igreja começou a dizer que uma nova era tinha amanhecido para o Cristianismo e que as normas antigas já tinham passado e que, portanto, deveriam seguir novas normas. Muitos cristãos agora diziam que DEUS mesmo tinha mudado as normas. Eusébio escreve:
“tem que tomar em conta todo aquele que considera …. esses atos, que apareceu uma nova e diferente história da igreja primitiva. Uma luz antes disso desconhecida, começou a lumiar nas trevas da raça humana. E todos os termos que confessar que essas coisas são obras de DEUS, que levantou este imperador impiedoso para combater a multidão dos incrédulos”.
Eles não conseguiram enxergar. Começou a haver uma mistura de paganismo com Cristianismo. Neste embalo de receber salário e honrarias do Império, começaram a ficarem cegos para a verdade. Voltando a leitura:
“Quando descreve como Constantino convidou os líderes da igreja às suas câmaras privadas, para que se socializassem com ele. Eusébio se parece mais a um menino ingênuo, do que um líder formal da igreja. Os Homens de DEUS entraram sem temor nas câmaras reais, mais privadas. Ali comiam alguns à mesa do imperador, outros se reclinavam nos divãs de ambos os lados. Um tivesse podido pensar que se formavam um quadro do reino de CRISTO dado em figuras. Um sonho mais bem do que a realidade”.
Eles não conseguiram discernir que, na verdade, isso era uma tática diabólica para corromper a igreja.
“O muro exterior que tinha protegido a igreja estava rompido. Já não criam mais os cristãos de que qualquer mudança os envolveria no erro. Ao invés, a igreja começou a crer que a mudança podia trazer melhoramento. Diziam que talvez, o Cristianismo dos apóstolos, não era o cume do Cristianismo, senão só o princípio. Até começaram a crer que DEUS agora, podia dar novas revelações de doutrinas. Os cristãos agora criam que a profecia de Ageu, a respeito do templo que edificava Zorobabel, podia aplicar-se a igreja”.
AGEU 2:9
9 – A glória desta última casa, será maior do que a primeira, diz o SENHOR dos exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos exércitos.
“Segundo eles, a igreja estava por atingir novos rumos”.
A amizade do mundo arruinou aquela pureza que veio de herança dos apóstolos da igreja primitiva apostólica.
“Outro muro que começou a derrubar-se, era o da separação comum. Estes termos se destruíram por completo. A igreja era uma jovem ingênua apaixonada por um noivo novo. O mundo quis a amizade da igreja e a igreja não viu nenhum inconveniente em tal amizade. Pela primeira vez na história, ser cristão dava prestígio social. E até preferência se dava aos cristãos, quando se escolhiam os oficiais do Estado. No entanto, esta amizade com o mundo, corrompeu o coração da igreja quando Constantino começou a fazer leis para cristianizar a sociedade. Cedo desapareceu a distinção entre os cristãos e os mundanos/pagãos. Antes disso, havia muito pouco que atraia um incrédulo à igreja, se não só a fé em DEUS”.
Antes havia perseguição e só mesmo quem tinha muita fé se unia à igreja. Havia uma seletividade de qualidade. Agora com a cristianização do Império e a mundanização da igreja, qualquer mundano podia se dizer cristão. Os cristãos que se convertiam na prosperidade, se provavam nos tempos de perseguição e não eram sinceros, saiam da igreja. Essa era a forma de selecionar.
“Poucas pessoas não regeneradas de verdade se atreviam a ficar na igreja. Mas, agora que o
Cristianismo dava prestígio social, muitos entravam para a igreja”.
Dessa forma, aumentou em quantidade, mas diminuiu em qualidade. E a história se repete, a história vem se repetindo sempre. Hoje é a mesma coisa: quando você propõe as pessoas o verdadeiro Cristianismo das escrituras (que é o caminho estreito), elas não querem saber não. Muitos hoje dentro da igreja não são pessoas realmente fiéis aos ensinos da palavra, a prática apostólica porque estão com desejos (às vezes oculto de poder, de controle sobre a igreja). Enfim, é o que Constantino conseguiu fazer, corromper aquela igreja.
O mundanismo entrou dentro da igreja e a mudança de doutrina, a apostasia. Neste momento começou uma busca só por quantidade, não mais por qualidade. Tão cedo como a igreja se fez amiga do mundo, começou a atuar como o mundo. Isso não se podia evitar, já que o mundo não pôde atuar como DEUS o quer. Atuar como DEUS o quer, requer o poder de DEUS. E a multidão não regenerada, ainda mesmo que chamada de cristãos, não tiveram esse poder de DEUS. Ademais, nem desejaram atuar segundo a vontade de DEUS, já que a vontade de DEUS exige muita paciência, vontade de sofrer e uma plena confiança em DEUS.
A princípio, os novos métodos do mundo parecem mais eficazes do que os antigos. Por exemplo, a igreja mudou de método em responder a perseguição ou a oposição que vinha do governo. Antes os cristãos tinham se escondido de seus perseguidores, ou fugiam. Mas agora, a multidão de gente não regenerada, não estava mais disposta a aceitar a opressão ou a tortura até a morte. Passam a se defender e fazerem guerra. Por exemplo: quando o filho de Constantino mandou um dos seus generais à Constantinopla para depor o bispo da igreja de Oriental, a congregação fez um tumulto durante a noite. Enquanto dormia o general, atacaram a casa onde ele se hospedava, colocando fogo.
O general saiu correndo da casa, meio aturdido pela fumaça, lançaram as mãos nele, arrastaram-no pelas ruas da cidade, de modo selvagem e o golpearam até a morte. Isso não era um caso isolado. Era o normal quando o governo se opunha à igreja. O caráter da igreja mudou.
Aquela parte apostatada da igreja que se uniu à Constantino, mudou até de caráter: ao invés de sofrer a perseguição por amor à DEUS, passaram a golpear, fazer guerras e até matar, para manter-se no poder e no controle da igreja. Percebe como Satanás em poucas décadas, apenas mudando de tática, conseguiu o que ele não havia conseguido em três séculos, que foi destruir a igreja. Como diz um ditado: “você quer conhecer uma pessoa? Dê-lhe o cetro”.
Dê poder na mão dessa pessoa e então, você conhecerá quem é de fato essa pessoa e se ela é convertida ou não. A pessoa recebe poder, começa a perseguir as pessoas, começa mentir para se manter naquela posição. Corrompe, oferece cargos e salários, enfim foi isso que aconteceu. Que isso possa servir de lição para nós, que queremos ser cristão sinceros para não cairmos nisso. Um dos primeiros passos que a igreja dá para a apostasia é centralizar o poder, é criar hierarquia dentro da igreja, é criar comitiva, conselho de anciões nacional, comitiva de assuntos ministeriais nacional, supremo concílio, executivo board, etc. São nomes diferentes, mas no fundo o objetivo é o mesmo. É controlar as igrejas, é ter poder sobre elas, é ter uma hierarquia dentro da igreja. Isto é apostasia. Um cristão sincero que deseja a salvação, não deve enveredar por este caminho.
Isso é Jezabel dentro da igreja. Como disse JESUS: “colocarei ela numa cama, no leito de dores e todos que vierem prostituir- se com ela, sofrerão grande tribulação, e eu ferirei as igrejas e seus filhos de morte, e as igrejas saberão que eu sou o SENHOR que sonda os rins e os corações”. Nós não podemos nos prostituir com Jezabel. Prostituir-se com Jezabel é se envolver com esse tipo de espírito dentro da igreja: de liderança nacional, de hierarquia, de domínio sobre o povo, nicolaísmo. Todos que se prostituíram com esse espírito serão repreendidos pelo SENHOR. E aqueles que não se arrependerem, serão feridos de morte diz o SENHOR. O SENHOR JESUS na carta à Igreja de Tiatira, fala exatamente sobre isso.
APOCALIPSE 2:18-23
18 – E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho de DEUS, que tem seus olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes ao latão reluzente:
19 – Eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras.
20 – Mas algumas poucas coisas tenho contra ti que deixas Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que forniquem e comam dos sacrifícios da idolatria.
21 – E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua fornicação; e não se arrependeu.
22 – Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras.
23 – E ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda os rins e os corações. E darei a cada um de vós segundo as vossas obras.
Primeiramente vem grande tribulação: escândalos, pecados, derrotas, etc para ver se essas pessoas abrem os olhos de que estão se prostituindo com Jezabel. Jezabel é um “poder” que assume o controle da igreja. É uma igreja dentro da igreja. É um poder que quer se definir como igreja, controlando as outras igrejas. Jezabel pode ser esse tipo de conselho nacional de anciões, executive board, supremo concílio ministerial, esses tipos de hierarquias dentro da igreja é exatamente Jezabel. Primeiro vem o nicolaísmo, que é uma disputa de poder e controle das igrejas. Depois, vem essa hierarquia dentro da igreja. Esse poder controlando as igrejas, se tornando Jezabel dentro da igreja. Esse tipo de coisa traz tribulação. Essas tribulações são: derrotas, pecados, adultério, escândalos, etc. Coisas visíveis para o povo de DEUS ver que está acontecendo alguma coisa errada e que o SENHOR não está aprovando. Mesmo assim, se não houver arrependimento por parte dessas pessoas, que se prostituem com Jezabel, vendo isso e não se arrependem. Diz a escritura que o SENHOR começa a ferir de morte, aqueles que se prostituem com Jezabel. E as igrejas vão saber que JESUS é aquele que “sonda os corações e os rins”.
Nós não podemos nos deixar levar por esse espírito de apostasia, que avassalou e acabou com as chamadas igrejas cristãs. Devemos manter a doutrina. A doutrina ensina que os presbíteros são todos irmãos, são todos iguais. A autoridade de um presbítero, não está acima da localidade, do qual ele foi gerado como presbítero e que ganhou almas naquele local.
O domínio de uma igreja, deve ser autônomo no local, para exatamente evitar a apostasia geral da igreja. A própria igreja de DEUS manteve esse sistema de autonomia até o início do século 20. Foi com a disputa de poder e nicolaísmo dentro da igreja, que começou as primeiras divisões e cismas dentro da igreja em 1933. Houve uma divisão dentro da igreja de DEUS em Salém. Essa divisão gerou a igreja DEUS de Denver e a igreja de Deus de Meridian.
No Brasil houve em 1994 uma divisão por disputa de poder e controle da igreja. Em 2001 começou o movimento de resgate das raízes da igreja que é a autonomia, o sistema de governo bíblico. Em 2004 surgiu uma seita, mais uma apostasia dentro da igreja. Essa seita é conhecida como “Congregação Israelita da Nova Aliança”. Um dos líderes da seita (que na época era da igreja de DEUS), se chamava Altair Junqueira. Ele formou e fundou essa seita. Ele se considera ainda da igreja de DEUS. Ele considera que ainda não saiu, embora ele mudou toda a doutrina e centralizou tudo. Ele criou um judaísmo messiânico e criou doutrina
própria. Ele ainda acha que está dentro, pois acredita que nós é que estamos com o espírito do erro e ele com a verdade. Isso é para ver como é que as coisas acontecem. Esse mesmo Altair Junqueira quando estava na igreja de DEUS, dizia que quando o obreiro era fracassado, ele procurava o judaísmo, ia para o judaísmo. E no judaísmo, ele acabava ficando cego, sem poder enxergar a verdade. E essa é a situação real dessa seita. Se pegar a gravações do Altair Junqueira, do que ele fez como ministro da igreja de DEUS, e comparar com o que ele fala hoje, ele condena a si mesmo, naquilo que ele aprovou.
Tristes derrotas ocorrem com as pessoas. Elas não conseguem enxergar, e ainda contam vitória. Na verdade, falou JESUS: “darei a cada um segundo as suas obras”. As consequências de uma atitude errada, de uma atitude antibíblica sempre vem. Dessa forma, adotar hierarquia dentro do ministério, as consequências sempre vêm. Primeiro: escândalos, derrotas, depois apostasia, mudança de doutrina e depois acaba acontecendo até mesmo juízos de DEUS sobre a cabeça dos desobedientes.
Vamos temer à DEUS, procurar preservar essa herança, que uma vez foi dada aos santos, a prática do Cristianismo puro da bíblia, segundo a sã doutrina. Para que possamos alcançar o galardão, que o SENHOR JESUS tem nos preparado.
Pregador: Flavio Schmidt de Carvalho